Pernas desproporcionais ao tronco, surgimento de hematomas, dores e sensação de peso nas pernas. Sim, estamos falando de Lipedema. Uma doença crônica e progressiva que afeta cerca de 11% das mulheres no mundo todo, isso representa cerca de 500 milhões de mulheres em todo o mundo. O número é impressionante e reflete a realidade e a urgência para tratarmos de um problema tão importante que ainda é desconhecido por muitos. No Brasil, estima-se que 5 milhões de mulheres tenham lipedema e muitas delas não sabem, ou conhecem a doença.
A fim de desmistificar o Lipedema e sanar algumas dúvidas, preparamos esse artigo para vocês. Aproveitem:
O QUE É LIPEDEMA?
O Lipedema, como já falamos aqui, é uma doença crônica e progressiva que acomete, em sua maioria, as mulheres. Lipedema é um acúmulo anormal de gordura em ambos os lados da parte inferior do corpo, geralmente nas pernas. Mas também pode estar em seus braços. Pode causar dor e dificultar as atividades diárias. O lipedema não responde à dieta e aos exercícios como a gordura comum. Embora não exista cura para o lipedema, os tratamentos podem ajudá-lo a se sentir melhor.
O Lipedema não tem cura, porém se acompanhado pode sim apresentar melhoria em todos os estágios da doença. O Lipedema é caracterizado principalmente por ser bilateral, com excesso simétrico de tecido gorduroso principalmente nas pernas e tornozelos, combinado a uma tendência de inchaço que piora ao ficar de pé. Por se tratar de uma doença progressiva, o lipedema é classificado por estágios de acordo com as características e extensão.
No Brasil, a doença tem se tornado mais conhecida, principalmente após a inclusão no CID11 (classificação internacional de doenças) no início de 2022. Antes disso, o diagnóstico era muitas vezes confundido com outros problemas e distúrbios como obesidade ou celulite.
CAUSAS E SINTOMAS DE LIPEDEMA
A causa exata do lipedema é desconhecida. Existem diversos estudos em andamento, a maioria apontam para problemas hormonais e genéticos. Mas a condição ocorre em famílias de 20% a 60% dos casos, então pode ser herdada. A condição ocorre quase exclusivamente em mulheres.
O lipedema pode ter uma ligação com os hormônios porque geralmente começa ou piora durante:
- Puberdade;
- Gravidez;
- Menopausa;
- Durante o consumo de pílulas anticoncepcionais, que contêm hormônios.
Os sintomas do lipedema incluem:
O lipedema é uma condição médica, manifestando-se através de uma gama de sinais e sintomas que podem se mostrar de forma única em cada paciente. É crucial estar atento às manifestações predominantes da doença, dado que sua intensidade pode variar, abrangendo desde sintomas leves até formas mais severas. Os sinais mais comuns englobam, mas não se limitam a:
- Acúmulo desproporcional de gordura: este acúmulo cria uma aparência desequilibrada e desproporcional da área afetada em relação ao restante do corpo;
- Dor e sensibilidade: a região se torna dolorida e sensível ao toque, onde a dor pode aumentar com a progressão da doença;
- Inchaço: pode ocorrer inchaço na área, como nas pernas, que pode piorar ao longo do dia ou após atividades físicas;
- Textura da pele: a pele pode apresentar uma textura irregular, semelhante à “pele de laranja”, devido ao acúmulo de gordura e inchaço subjacente;
- Propensão a hematomas: indivíduos com lipedema podem ter uma maior tendência a desenvolver hematomas, mesmo com impactos leves;
- Problemas circulatórios: a progressão do lipedema pode causar problemas circulatórios como a insuficiência venosa;
- Rigidez e limitação do movimento: em casos avançados, o acúmulo de gordura aliado ao inchaço e dor nos joelhos podem afetar a mobilidade, tornando a realização de atividades diárias mais difícil.
DIAGNÓSTICO DE LIPEDEMA
O diagnóstico deve ser feito através de um profissional especializado, que realiza um exame clínico, a fim de identificar a deposição de gordura no corpo do paciente, além de analisar o histórico médico. Apesar de o diagnóstico ser essencialmente clínico, o médico pode recorrer a exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassom para ajudar a fechar o diagnóstico da doença.
ESTÁGIOS DO LIPEDEMA
A doença pode ser progressiva caso não esteja controlada, podendo evoluir em 4 estágios.
Estágio 1: As pernas aparentam serem normais. Nesse estágio, aparenta ser um inchaço – como se alguém estivesse de pé o dia todo. Em todas as fases do Lipedema, esta é a mais negligenciada pelos médicos.
Estágio 2: A pele apresenta textura irregular, similar à celulite, e o tecido gorduroso fica mais saliente, com montes maiores de tecido. Nessa fase os pés ainda não são afetados pelo Lipedema.
Estágio 3: O Lipedema passa de uma aparência de “pernas grandes” para uma aparência mais deformada. Algumas mudanças aparentes no estágio 3 são a deposição significativa de gordura ao longo das pernas. Essa gordura começa a formar dobras e a pesar sobre os quadris, joelhos e tornozelos. Outra mudança aparente é que o tecido das pernas torna-se fibroso e mais duro ao toque.
Estágio 4: Torna-se gravemente comprometedor para a saúde. Além dos desafios de mobilidade que os grandes depósitos de gordura causam, outros sistemas do corpo são afetados. Quando as pernas atingem o estágio 4, o sistema linfático fica comprometido, o que causa um acúmulo perpétuo de fluido. Com o tempo, isso se desenvolve em Linfedema. Essa condição é então muitas vezes referida como “Lipo-Linfedema”.
TIPOS:
Classificados quanto à localização em 5 tipos.
Tipo 1: Atinge a região da cintura até os quadris.
Tipo 2: Quadris e joelhos
Tipo 3: Estende- se dos quadris até os tornozelos
Tipo 4: Atinge os braços
Tipo 5: Somente as panturrilhas
QUAL É O TRATAMENTO LIPEDEMA?
Atualmente o Lipedema não tem cura. Porém, pode ser acompanhado e tratado para controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida do paciente e evitar a progressão da doença. Existem diferentes abordagens para o tratamento:
Desinflamar: Sem dúvida, o pilar mais importante de todos. O pilar desinflamatório consiste em:
- Dieta antiinflamatória
- Atividade física
- Equilíbrio hormonal
- Melhora da qualidade do sono
- Gerenciamento do estresse
- Cuidados com o intestino
Outros procedimentos também podem ser indicados, como:
Terapia de Compressão: o uso de meias de compressão pode ajudar a controlar o inchaço e a dor, melhorando a circulação sanguínea.
Hidratação da pele: a adequada hidratação da pele diminui o risco de machucados e infecção, especialmente quando o lipedema gera inchaço.
Medicamentos ou suplementos: podem ajudar no tratamento de inflamação, inchaço e outros problemas.
Drenagem linfática: uma forma suave de alongamento/massagem da pele.
Terapia descongestiva complexa: seguida de massagem com envoltório compressivo.
Dispositivo de compressão pneumática: que você usa nas pernas.
Lipoaspiração e Cirurgia Plástica: em casos mais avançados onde terapias tradicionais podem ser ineficazes, pode-se recorrer a cirurgias plásticas para remover gordura e ajudar no tratamento da dor e da mobilidade.
Dessa forma, em caso de suspeita ou no aparecimento de um ou mais sintomas listados aqui, é crucial buscar diagnóstico médico para o tratamento adequado. O lipedema exige um tratamento multidisciplinar que envolve muitas áreas, e ainda, em casos específicos, cirurgia. A escolha de profissionais especializados e capacitados é o passo fundamental para o diagnóstico e, sucessivamente, plano de tratamento individualizado e eficaz para cada paciente. Como especialista em Medicina do Esporte, somada à minha experiência pessoal no universo do emagrecimento, me sinto capacitada para oferecer um cuidado integral, focado no bem-estar e na saúde plena.
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